Como produzir mais com menos: essa é a ideia central da Emater-DF ao realizar o Dia Especial de Piscicultura na região rural de Ceilândia. O evento, que reuniu cerca de 80 pessoas — entre produtores que já criam peixes ou que pretendem iniciar a atividade, além de técnicos da empresa —, ocorreu na manhã desta sexta-feira (7), na propriedade do piscicultor Ademir Gomes e sua mulher, Sônia, no Setor de Chácaras do P Sul.
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Sistemas de aeração (oxigenação da água, que permite o aumento do número de peixes por tanque) e energia fotovoltaica foram os temas abordados no dia especial. Ademir e Sônia adotam as boas práticas de produção em todas as etapas: desde a análise da qualidade de água, passando pelo controle do estoque de ração e a forma como a água é devolvida ao meio ambiente — tudo obedecendo às leis ambientais e orientações recebidas pelos técnicos da Emater-DF. “Graças a isso, a qualidade do nosso produto foi reconhecida, o que fez aumentar a procura”, declara Sônia.
O casal começou a investir em piscicultura em 2016. Até então, eles cultivavam hortaliças. Hoje, depois de muito trabalho e com apoio da Emater-DF, Ademir e Sônia conseguem produzir cerca de 12 toneladas de peixe por ano. “Nossa meta é atingir 20 toneladas. Instalamos o sistema de energia solar para diminuir os custos da produção”, conta Ademir.
Metodologia
O coordenador do programa de Piscicultura da Emater-DF, Adalmyr Borges, apresentou um resumo dos diversos sistemas de aeração disponíveis, com suas vantagens e adaptações. “Aqui na chácara, podemos ver que é possível produzir mais peixe com menos recursos disponíveis. É isso que estamos passando para os produtores”, ressaltou.
Em seguida, o grupo se dividiu em três para conhecer de perto os cinco tanques da chácara, os sistemas de distribuição de água, a administração da ração, a importância de se pesar os peixes, para se ter o controle do estoque, dentre outros detalhes. E, por fim, o assessor da Emater-DF, Tupac Petrillo, demonstrou como a utilização de energia fotovoltaica pode ajudar o produtor a diminuir os custos da atividade.
A presidente da Emater-DF, Denise Fonseca, destacou a lucratividade para atividades que consomem muita energia, como o caso do piscicultor que utiliza o sistema de aeração. “Estamos investindo muito em tecnologia. Quando falamos da fotovoltaica é exatamente para que os produtores tenham cada vez mais lucro”, reforçou.
Novos contatos
Além do sistema de aeração e da energia fotovoltaica, os participantes aprenderam sobre estruturas e questões ambientais, biometria e alimentação e qualidade da água. Para Daniel Rocha, criador de peixes, o dia especial viabilizou novos contatos com produtores do ramo e proporcionou conhecimento. “Na questão da aeração, que foi abordada, achei interessante. Vou até tentar trocar o nosso sistema para fazer um teste baseado nos dados que eu vi aqui hoje”, ressaltou.
Daniel tem sete tanques em sua propriedade, com ciclo aproximado de um ano para produção do peixe. Ainda sobre os conhecimentos adquiridos no Dia de Campo, ele reforça: “Às vezes é abordado algum detalhe que a gente sabe, mas não lembra na hora, no dia a dia. Aqui, vendo a realidade com o pessoal, a gente resolve pôr em prática e tentar utilizar cada vez mais”.
Interessado em entrar no mercado, Pedro Zayat, 34 anos, morador do Gama, esteve no evento para aprender antes de começar a investir. “Eu estou estudando já tem um tempo. Acho que é um mercado muito promissor. Procurei a Emater para me especializar, adquirir mais conhecimento e, na hora de investir, investir com segurança”, pondera.
A Emater-DF
Empresa pública que integra o Sistema Agricultura do Distrito Federal junto com a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e a Ceasa. A Emater atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF e Entorno. Por ano, realiza cerca de 120 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.
Emater-DF
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