Governo do Distrito Federal
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29/08/20 às 17h03 - Atualizado em 30/08/20 às 12h10

Produtoras rurais se destacam na liderança em atividades no campo

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Trabalhadoras rurais apostam no campo e superam dificuldades

 

Seja na agricultura, na pecuária, na agroindústria ou na administração, existem mulheres protagonizando histórias de sucesso e superando obstáculos no meio rural. Diante do cenário de lutas dessas mulheres, no último ano,  a Câmara Legislativa do DF instituiu a Semana Distrital da Mulher Trabalhadora Rural, realizada anualmente no mês de agosto, com objetivo de valorizar essas guerreiras do meio rural. 

 

No Distrito Federal, o campo é formado por mulheres com nome, sobrenome, endereço e muitas histórias de superação, empreendedorismo, empoderamento e liderança no meio rural. Mariza Matsui, no PAD-DF, Eliege Cola Altoé, no Núcleo Rural Tabatinga, e Luzia Rodrigues de Souza, no Assentamento Contagem, são algumas das mulheres, acompanhadas pela Emater-DF, que representam a agropecuária brasileira na capital. 

 

Nascida e criada no campo, Mariza Matsui, 61 anos, produtora na região do PAD-DF, garante ser realizada na profissão herdada dos pais.  Trigo, milho, alho, cenoura, tomate, ervilha e sorgo são alguns dos cultivos feitos na propriedade de Mariza, produtora que também é pecuarista. Gado leiteiro, suínos, frango de corte e ovos também fazem parte da rotina de cuidados em sua fazenda. 

 

 

Mãe de três filhos, avó de cinco netos e viúva há três anos, a produtora é a liderança na propriedade, cuida do processo de plantio, colheita, contratação de funcionários em épocas de safra e compras diversas. “Hoje em dia, meus filhos já assumiram uma boa parte, mas as decisões principais ainda estão em minhas mãos”, conta Mariza, orgulhosa da profissão.

 

 

Mariza cuida da propriedade, acompanha a colheita e gerencia toda a área de plantio

 

“Eu e meu marido não tínhamos nada. A gente veio para abrir cerrado em Minas Gerais, depois vendemos a fazenda de lá e compramos outra aqui. Hoje em dia, a gente tem essa propriedade. Eu sou uma simples produtora como muitas e tenho muito orgulho de ser produtora rural”, diz ela, que também lembra que as conquistas foram possíveis graças às lutas e estudos. 

 

“Vaqueiro competente, administração rural. Fiz muitos cursos. As coisas não caem de graça no colo da gente. É preciso se preparar, estudar. Antigamente o povo falava que quem não estudava ia para a roça, agora você tem é que estudar para ir para a roça”, ressalta.

 

Apesar do último Censo Agro, realizado em 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrar uma estimativa baixa de mulheres no campo, elas são muitas e fazem a diferença. Ao todo, o Censo aponta que existem pouco mais de 5 milhões de produtores em todo o país. Desses, 4,1 milhões são homens e 950 mil, mulheres. 

 

Luzia, que chegou em Brasília em 1975,  investe no cultivo de mandioca e na produção de farinha – Foto: Reprodução

 

Luzia Rodrigues, do Assentamento Contagem,  veio do Piauí para Brasília em 1975. Casou, trabalhou em  olaria. A vida em casa era difícil. Em 1994 veio a tão sonhada terra, plantava para subsistência da família e vendia o excedente.  Separou do marido, com os oito filhos continuou sua luta, recebeu a bolsa escola e este ganho ajudou na alimentação dos filhos. 

 

Decidiu que seria dona de seu destino e investiu no plantio de mandioca, transformando a raiz em farinha e polvilho e seus produtos chegaram ao comércio. Hoje, após tantas batalhas  sua vida mudou, comprou novas terras, um caminhão e um carro próprio. Além disso tudo, conseguiu construir uma câmara fria, onde armazena com mais segurança os seus produtos. “Eu tiro o pão da terra que conquistei”, diz orgulhosa.

 

Elieje aposta no cultivo do palmito pupunha e na venda do produto em conserva

 

Elieje Cola Altoé, do Núcleo Rural Tabatinga, veio do Espírito Santo para Brasília com o marido há pouco mais de 30 anos. Em sua propriedade, começou cultivando hortaliças, milho e arroz. No início, o cultivo era intenso e sem dia de descanso. O trabalho era intenso, dependia de muita mão de obra e ainda tinha a dificuldade da comercialização. Quando surgiu a oportunidade de partir para uma nova produção, não pensou muito.

 

Começou o cultivo de palmito pupunha e aos poucos foi montando uma agroindústria, que hoje é a Agroindústria Altoé. Com o apoio e o conhecimento dos técnicos da Emater-DF, aumentou a plantação e incentivou outros produtores no cultivo da cultura, para que fornecessem matéria prima para ser processada na agroindústria

 

Hoje, seu maior orgulho é ser a responsável técnica de sua agroindústria e também de ver que seu produto tem grande aceitação pelos consumidores. O fornecimento é realizado in natura para alguns restaurantes e em conserva. “Com a nova atividade, eu e meu marido temos maior qualidade de vida, não esquecendo que temos todo o empenho desde o cultivo até o produto final, que é a conserva“, ressalta Elije.  

 

Mulheres do Contagem são referência de superação e sucesso

 

Organização feminina

Por todos os cantos, as histórias e exemplos de mulheres do meio rural se multiplicam. Em Sobradinho, no Assentamento Contagem, um grupo de mulheres se uniu e formou a Associação Flores do Contagem. Da associação, nasceu a Agroindústria Flores do Contagem, que hoje possui uma panificadora equipada e formalizada.

 

A produção, realizada de forma coletiva, é comercializada por meio de contratos tanto na iniciativa privada quanto por compras institucionais para programas como o de Aquisição de Alimentos do Distrito Federal (PAA-DF) e o de Aquisição da Produção da Agricultura (Papa-DF). O grupo atua na produção de pães, bolos e biscoitos. Junto às mulheres, a Emater-DF tem feito trabalho de qualificação, com cursos voltados para a área e orientações técnicas. O Flores do Contagem foi a primeira agroindústria rural em grupo formalizada no DF.

 

No Assentamento Betinho, em Brazlândia, o protagonismo também é das mulheres. Em 1996, quando as primeiras moradoras eram acampadas na beira da estrada DF-220, as mulheres criaram um grupo, e passaram a cultivar hortaliças e produzir pães, bolos, salgados, doces e geleias. O grupo está aguardando a construção de um espaço para a fabricação dos panificados na área comunitária da associação. Enquanto isso, elas estão comercializando seus produtos individualmente.

 

Mulheres do Assentamento Betinho, em Brazlândia, lutam por espaço e conquistas

 

A Emater-DF
Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF e Entorno. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.

 

 

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal - Governo do Distrito Federal

Emater-DF

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