Aumento é alavancado pela grande demanda da população interessada nos benefícios para a saúde
Plantação de gengibre do produtor Alexandre Kusaba. Foto: Carolina Mazzaro/Emater-DF
A plantação de gengibre cresce e desponta como uma boa oportunidade para o produtor rural do Distrito Federal (DF). A razão é simples, a demanda pela raiz tem crescido em função dos benefícios para a saúde e o custo de produção é relativamente baixo, desde que observadas as boas práticas de sustentabilidade. Em 2021, a produção na região chegou a 39,5 toneladas, com quase 14 hectares de área cultivada, representando um crescimento de 7% em relação a 2020.
Atualmente, o Distrito Federal conta com 24 produtores de gengibre que estão distribuídos entre as regiões de Alexandre Gusmão, Ceilândia, Planaltina e Vargem Bonita. Com aproximadamente 10 hectares de cultivo da raiz, a colônia japonesa de Vargem Bonita, no Park Way, é a região com maior produção.
Plantação de gengibre do produtor Alexandre Kusaba. Foto: Carolina Mazzaro/Emater-DF
A família do produtor Alexandre Kusaba chegou à região na época do plano de desenvolvimento agrícola do ex-presidente Juscelino Kubistchek. O pai iniciou a produção familiar com inhame, berinjela, tomate, alface e cenoura. No entanto, há dez anos, motivado pelo valor de mercado, Alexandre começou a investir no gengibre. Hoje, sua produção é toda comercializada na Ceasa para clientes fixos.
“Vendo uma caixa de 15kg ao preço de R$80,00 a R$100,00, mas nos meses de dezembro a janeiro os preços sobem para R$180,00 a R$200,00, a caixa. A vantagem de produzir é que a plantação não se perde sem a colheita. É possível esperar por meses, sem estragar a raiz, desde que preservadas as condições ideais. O gengibre não gosta de solo com muita água”, explica Alexandre.
Gerente do escritório da Emater-DF em Vargem Bonita, Cláudia Coelho, orienta o produtor Alexandre Kusaba. Foto: Carolina Mazzaro/Emater-DF
A gerente do escritório da Emater-DF em Vargem Bonita, Cláudia Coelho, explica que a região sempre foi conhecida pelo cultivo de folhosas. No entanto, alguns produtores, nos últimos tempos, resolveram apostar no plantio do gengibre. “Várias razões explicam a região ser a maior produtora de gengibre do DF. A colônia japonesa é expressiva na região e tem a cultura de usar a raiz na alimentação, seja em conserva, tempero ou até na bebida. Da colheita, é possível fazer as mudas retirando os rizomas sementes para plantio. Além disso, o preço da caixa é bastante atrativo. Vale destacar também que o alimento caiu no gosto popular em função dos benefícios para saúde, como exemplo, o aumento da imunidade”, avalia.
Confira entrevista sobre o tema na TV Emater-DF:
Benefícios
O gengibre é um rizoma, cujo nome científico é Zingiber officinalis, e pode ser comprado em lojas de produtos naturais, farmácias de manipulação, mercados e feiras livres, na sua forma natural, em pó ou em cápsulas. O uso do rizoma é amplo, da culinária ao uso terapêutico.
“A raiz tem vários nutrientes, como a vitamina C, vitaminas do complexo B, cálcio, ferro, fósforo e potássio, compostos ativos e uma substância ativa chamada de gingerol. Este componente nutricional atribue ao gengibre vários outros efeitos positivos no organismo, relacionados principalmente ao fortalecimento do sistema imunológico (reduzindo a frequência de gripes e resfriados), ação destoxificante (ajudando o fígado a eliminar toxinas do organismo) e atividades antioxidante e anti-inflamatória. Além de ser responsável pelo sabor picante do gengibre. O gengibre, dentro de uma alimentação equilibrada e rica em outros alimentos naturais, como frutas, verduras e legumes, vai auxiliar a termos mais saúde e qualidade de vida”, explica a nutricionista da Emater-DF Danielle Amaral.
Na culinária japonesa, o uso mais comum é em conservas (Gari, nome tradicional) acompanhando o sushi e o sashimi. O gari tem a função principal de refrescar e purificar o paladar entre um sushi ou sashimi e outro. Assim, os sentidos são aguçados para que o próximo alimento seja bem recebido pelo corpo e seus sabores sejam degustados de maneira intensa.
Plantação de gengibre do produtor Alexandre Kusaba. Foto: Carolina Mazzaro/Emater-DF
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