Zuleide de Souza é uma das artesãs que ganham renda e felicidade com o artesanato
Abundante na área rural, a banana é ingerida crua, assada, frita, em farinha, em purê e de diversas outras formas. O que pouca gente sabe é que da bananeira, além do cacho, resultam cinco fibras diferentes provenientes do tronco, o que a caracteriza como uma matéria-prima bastante versátil e que tem gerado renda e qualidade de vida para cerca de 50 mulheres rurais do DF.
Cachepôs, caixas, porta-retratos, porta-copos, jogos americanos, flores, bandejas, mandalas, tapetes e bolsas são apenas alguns dos produtos confeccionados por três grupos: a ArtFibras, no núcleo rural Rajadinha; a Multifibras, que envolve mulheres do Rio Preto e Tabatinga; e o Artesanato Pequeno William, do assentamento de mesmo nome, em Planaltina. É desse último grupo que a produtora Zuleide Laurindo de Souza faz parte. Desde 2010 ela é atendida pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) que, em 2011, realizou a primeira capacitação sobre artesanato em fibra de bananeira para a comunidade.
Segundo a extensionista rural Isabel Cristina Lima, da Emater-DF em Planaltina, “o artesanato e as áreas comunitárias de produção foram as principais fontes de renda da comunidade enquanto aguardavam o parcelamento da área pelo Incra”. E, para Zuleide, a atividade com fibra marcou um novo começo em sua vida. “Sempre trabalhei com artesanato, mas nunca com fibras naturais, e me apaixonei. Depois de começar a mexer com o que gosto, com plantas e artesanato ao mesmo tempo, me sinto feliz e tenho minha renda. Só preciso ter controle dos gastos, pois o dinheiro depende da demanda e do tempo para produzir, pois além de ter criado meus sete filhos, ainda cuido de dois bisnetos”, diz.
Segundo Cristina, desde o início, Zuleide já demonstrava capricho em tudo que fazia. “Seus produtos têm um trançado único e acabamento diferenciado, com arranjos de flores, folhas e sementes do Cerrado. Tudo é feito com muita dedicação, cuidado e preocupação em repassar seu conhecimento e habilidade para outras artesãs”, conta.
Zuleide é criativa e enxerga com facilidade no que cada folha, flor e semente pode se transformar e, quando coleta seus preciosos materiais, tem o cuidado de não danificar a planta. “Quase não tenho gasto com material de trabalho. Tudo a natureza me dá e me preocupo em preservar”, fala Zuleide. Os troncos de bananeira, que seriam descartados no campo, são fornecidos por vizinhos. Além das sementes, folhas e flores que ela mesma coleta, a artesã ganha e também compra de outras colegas do assentamento.
Comercialização – Para agregar mais renda à família, a Emater-DF fez com que a produtora associasse o cultivo de flores ao artesanato em fibras, produzindo cachepôs para as plantas. Zuleide recebeu um kit para floricultura e é acompanhada por uma engenheira agrônoma da Emater-DF para melhorar a produção.
Os produtos das artesãs são vendidos em feiras, festas e eventos realizados pela Emater-DF, como a FestFlor Brasil, AgroBrasília e Festa do Morango, além de serem comercializados para visitantes no assentamento e por meio de encomendas.
Hoje, Zuleide está com demanda de 150 porta-lápis para a Universidade de Brasília (UnB). Para entregar no prazo, têm contado com ajuda da filha Shirley de Souza Cruz, que é aprendiz da mãe. “Ela é muito exigente. Se não gosta, manda fazer de novo. Tenho aprendido bastante, mas esses arranjos de flores só ela sabe fazer”, conta.
Para conhecer os produtos feitos em fibra e encomendar, basta entrar em contato com um dos três grupos dessas mulheres de fibra.
Artesanato Pequeno William – 99366-3798 (Shirley)
Multifibras – 99216-6255 (Lúcia)
ArtFibras – 99244-0592 (Lázara)
Carolina Mazzaro
Assessoria de Comunicação da Emater-DF
Emater-DF
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