A organização de um consórcio entre os assentados já possibilitou a construção de três reservatórios, trazendo a água pra perto da casa e do plantio
Dez famílias do Assentamento 1º de Julho, em São Sebastião, serão contempladas com um reservatório de água para iniciar uma horta para consumo doméstico. Esse é apenas o primeiro resultado da iniciativa da Emater-DF de organizar um consórcio para construção de reservatórios na comunidade, com o objetivo de melhorar o acesso a água e possibilitar o planejamento de atividades produtivas para os assentados.
Instituído em 2015, o assentamento possuía poucas áreas produtivas, pois mesmo no período das chuvas muitas atividades não resistiam devido à falta de água que não tinha como ser armazenada. Diante da realidade da comunidade, a Emater-DF levou a alternativa de fazer a captação da água da chuva e reservar a água em tanques de ferrocimento, uma estrutura feita de concreto. “É uma tecnologia de baixo custo, se comparada a outros tipos de reservatórios, e não precisa de licenciamento ambiental, pois é totalmente acima do solo, o que facilita para o produtor”, explica José Gonçalves do Nascimento, extensionista da Emater-DF.
A ideia de organizar um consórcio surgiu ao final do curso de capacitação para construção do tanque, pois mesmo sendo uma alternativa de baixo custo, o valor necessário ainda era um desafio para os assentados. Kellen Lourdes Ferreira foi a primeira contemplada pelo sorteio e hoje já usa o tanque em sua propriedade. Ela não usava nenhum tipo de irrigação, sua plantação de cana e milho era molhada somente pela água das chuvas. Para ela, a ideia do consórcio foi muito boa. “Eu mesma se fosse pra construir por agora não ia fazer por falta do dinheiro”, conta a assentada.
Para suprir sua casa de água, Atolino Wasem, conhecido como Gaúcho, precisa trazer galões do poço comunitário. Agora com o tanque ele tem onde armazenar essa água, e precisa apenas manter o abastecimento. Ficou mais fácil para ele, sua esposa e seus dois filhos. “A gente junta daqui, junta dali e dá os 150 reais do mês, mas se fosse pra tirar os mil e quinhentos de uma vez não dava, não. E não é só mil e quinhentos, porque teria mais o custo da mão de obra, que não é pouco”, diz Gaúcho, segundo contemplado no consórcio.
O projeto da Emater-DF busca viabilizar o plantio de hortas e a criação de pequenos animais com a disponibilização de água para garantir a segurança alimentar dos assentados. O planejamento inclui irrigação localizada por gotejamento, o cultivo protegido, a captação de água das chuvas e sistema de produção agroecológico.
Assim, os tanques são construídos perto das casas para facilitar a futura captação da água das chuvas e com saídas para a área de plantio, para que a água seja usada na irrigação da horta do morador contemplado. Na casa de Daniel Aparecido Menezes podemos ver o resultado na mesa do almoço, cheia de itens da sua horta. Ele construiu seu reservatório antes da organização do consórcio, mas adotou a tecnologia do ferrocimento, a irrigação localizada e pretende fazer as calhas para reter a água da chuva.
José Gonçalves reforça que a iniciativa pode ser replicada em outras comunidades com o foco na economia de água. “A experiência também estimulou a organização dos produtores e a união da comunidade”, diz o extensionista.
O mutirão de construção do tanque para o contemplado do mês de outubro está marcado para os dias 28 a 30 deste mês e já tem uma lista com seis nomes para formar um segundo grupo de consórcio no Assentamento 1º de Julho.
Primeira contemplada com o consórcio já vê os benefícios do reservatório.
Os tanques são construídos perto da casa para futura captação de água da chuva e com saída para área de plantio.
Animado com o projeto, assentado põe na mesa de casa o que já colhe de sua horta
Diândria Daia
Assessoria de Comunicação da Emater-DF
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