*Com informações da Asbraer

A Associação Brasileira das Entidades de Ater, Pesquisa Agropecuária e Regularização Fundiária (Asbraer) participou, nesta segunda-feira (18), da mesa de abertura do Encontro Nacional de Formação de Agentes de Ater, realizado pelo Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater/MDA) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O evento ocorreu na sede da empresa, em Brasília.

Durante a abertura, Cleison Duval, vice-presidente regional da Asbraer e presidente da Emater-DF, destacou a importância da união entre as instituições de Ater Pública, pesquisa agropecuária e as universidades para alinhar a formação dos agentes de Ater à realidade do campo.

“A extensão rural trabalha com dimensões muito específicas, social, econômica, ambiental, e nós estamos hoje na casa da dimensão tecnológica, que nós precisamos muito se a gente quer essa formação de agentes de Ater nesses novos tempos, nas novas demandas. […] A formação hoje dos nossos agentes de Ater precisa estar focada nessas dimensões, no que está de fato acontecendo no campo, nas necessidades dos agricultores familiares, dos pequenos, dos médios”, disse.

Duval ainda reafirmou a importância do investimento nas instituições públicas de Ater, principalmente para levar políticas públicas aos agricultores. “Se não tiver Ater, nós não vamos resolver os problemas. Nós precisamos ampliar a Ater. As empresas oficiais de extensão precisam ser valorizadas porque são elas que estão lá no dia a dia”.

Ana Euler, diretora de negócios da Embrapa, ressaltou a liderança mundial do Brasil no combate à fome e na distribuição de alimentos, e a relevância da inclusão desses dois pontos na formação dos agentes de Ater, que são quem estão na ponta, trabalhando junto com os agricultores, “com quem produz alimento e quer produzir um alimento, cada vez mais conectado com esse desafio mundial que é produzir alimentos e também reduzir a pressão da produção de sobre as mudanças climáticas”.

A agricultura familiar exerce um papel fundamental no combate à fome, produzindo cerca de 80% dos alimentos distribuídos no mundo. Além de promover sistemas produtivos mais sustentáveis e garantir a qualidade dos produtos, a Ater Pública também promove a distribuição socialmente justa desses alimentos, por exemplo, ao incentivar a inserção dos agricultores familiares nos mercados e nas políticas federais de compras públicas.

Ao final da abertura, foram apresentados oito projetos de formação que já estão em curso, são eles:

• Projeto de Formação da Universidade de Brasília (UnB), apresentado pela professora Flaviane Canavesi;
• Centro de Capacitação em Ater no Centro-Oeste, realizado pela Universidade Federal do Goiás (UFG) e apresentado pelo professor Edward Madureira;
• Projeto Baraúnas dos Sertões de Formação de Agentes no Semiárido, apresentado pelo professor Tarcísio Augusto, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e Neila Santos, da Agência Nacional das Águas (ANA);
• Projeto de Formação de Agentes em Áreas de Assentamento (UFG), apresentado pela professora Graciella Corciolli;
• Projeto de Formação de Agentes de Ater na Região Amazônica, realizado pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e apresentado pela professora Herrera Porto;
• Formação de Agentes de Ater na ação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), apresentado pela gerente-geral da agência, Isabel Cristina;
• Formação de Agentes de Ater na ação da Embrapa, apresentado pela gerente-geral da Diretoria de Negócios da Embrapa, Júlia Stuchi;
• Formação de Agentes de Ater na ação da GIZ, apresentado pela coordenadora Cláudia de Souza.

A formação dos agentes da Ater precisa estar alinhada às realidades de cada região e de cada família rural atendida para que haja a construção de uma Ater mais eficiente.

Também estiveram presentes no encontro o diretor do Dater/MDA, Marenilson Batista; o diretor da Anater, Camilo Capiberibe; o secretário de Governança Fundiária, Desenvolvimento Territorial e Socioambiental do MDA, Moisés Savian;  representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA); do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS); da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Assistência Técnica, Extensão Rural e da Pesquisa, do setor Público Agrícola do Brasil (FASER); da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag); da Vila Campesina e outros.