Palestras sobre como empreender e inovar e bovinocultura eficiente e Roda de Terapia Comunitária Integrativa fizeram parte da XXXII Semana do Produtor Rural
No contexto da XXXII Semana do Produtor Rural de Tabatinga, a Emater-DF preparou um dia para levar conhecimento e amparo emocional à comunidade local. Durante a manhã, alunos do Centro Educacional Várzeas aprenderam como empreender e inovar e idosos participaram de uma Roda de Terapia Comunitária Integrativa. Já na parte da tarde, produtores receberam informações sobre como produzir gado de corte com mais eficiência.
O extensionista rural Carlos Goulart explanou para cerca de 60 estudantes do primeiro e terceiro anos do ensino médio sobre conhecimentos fundamentais em negócio, empreendedorismo e gestão. De acordo com o profissional, durante os oito anos do programa Empreender e Inovar, da Emater-DF, foi identificado que o produtor rural, embora tenha aprendido a produzir e lidar bem com o solo e as tecnologias agropecuárias, não entende de Negócio e não sabe fazer planejamento do empreendimento nem gestão da sua produção e de seus recursos. Dessa forma, não consegue prosperar adequadamente. E com os jovens rurais isso não é diferente.
“Precisamos transformar a realidade dos jovens rurais. Eles precisam migrar da condição de produtores rurais para a condição de empreendedores rurais. E isso é na verdade um processo de transformação de mentalidade. Não é somente um conhecimento novo que levamos para esses jovens, mas uma apresentação que tem a forma de inovação disruptiva na mentalidade desses jovens e isso faz toda a diferença. Essa é a proposta do programa, transformar jovens rurais despertando-os para uma nova e promissora realidade: a de verdadeiros empreendedores rurais. E deu certo. Mais de 65 adolescentes assistiram e participaram atentamente da palestra com mais de uma hora de duração. Era notável a expressão de descoberta e identificação com o tema apresentado, resultando lá mesmo, em demanda para a realização de novo curso ou oficina, nos moldes ao que foi feito no ano passado”, ponderou Carlos Goulart.
Socialização
Para os idosos da região, a Emater-DF preparou uma manhã de conversas sobre suas dores e a importância de conseguir falar sobre elas. Durante a Roda de Terapia Comunitária Integrativa, coordenada pela terapeuta voluntária Neusa Zimmerman, os participantes fizeram exercícios de respiração e relaxamento e tiveram a oportunidade de exporem suas dores. Segundo a extensionista rural e organizadora da atividade, Andreia Cavalcante dos Reis, durante as reuniões de diagnóstico para conhecer as demandas da comunidade, foi identificada a necessidade dos idosos terem encontros frequentes para se socializarem.
“Sempre pensamos encontros que façam uma integração entre eles. Já trouxemos atividades de música e também conversas terapêuticas. Numa delas, o moderador pediu que eles deitassem no tapete e eles deitaram, alguns até dormiram. Então, eles aceitam nossas propostas e se dedicam em aproveitar o máximo”, disse a extensionista.
A produtora rural Jacinta Heinen mora em Tabatinga há 40 anos e participou da Roda de Terapia Comunitária Integrativa e foi a primeira terapia comunitária da qual participa. Segundo a produtora, o que falta para quem mora na roça é conseguir se expressar. “Se eu pudesse falar em alemão como converso em casa talvez soubesse me expressar melhor, mas é uma oportunidade em que as pessoas podem botar para fora o que quiserem. Se um fala uma coisa, outro já pensa que pode falar também sobre alguma coisa que está angustiando e devagarinho a gente soltando aquilo que está amarrado”, comentou.
Bovinocultura eficiente
Para levar conhecimento sobre a produção de gado de corte de forma mais eficiente, o extensionista rural e zootecnista da Emater-DF Douglas Mariz conversou com produtores rurais de Tabatinga sobre o mercado de bovino de corte, mostrando tendências de aumento do consumo no país e potenciais mercados internacionais. De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, da sigla em inglês), houve redução do consumo de carte bovina no Brasil, considerando os anos de 2013 e 2023. Nesse período houve uma taxa de crescimento negativa no valor percentual de -7,21. No entanto, essa tendência de consumo aumentou nos maiores mercados consumidores mundiais: China e Estados Unidos . A China, por exemplo, teve um expressivo aumento de consumo estimado em 69,63%, representando, assim, um grande mercado importador do produto.
No entanto, a cadeia enfrenta desafios que podem ser superados e ou minimizados por meio de um manejo eficiente. Nesse contexto, o zootecnista abordou aspectos desde a escolha do sistema de produção, opções de alimentação, compras estratégicas de insumos e comercialização, por exemplo tendo o mercado futuro com opção de comercialização na bolsa de valores, muito difundido atualmente.
“Minha proposta foi apresentar o panorama atual e uma tendência futura de mercado da cadeia de carne bovina. Apresentei um modelo de produção de boi gordo utilizando um sistema de produção chamado TIP (Terminação Intensiva a Pasto) como opção para aqueles que querem fazer uma segunda ou terceira safra na propriedade com arroba de boi. Para aquele produtor de grão que porventura produz milho ou soja durante a safra e deseja fazer o sistema de integração lavoura pecuária na segunda ou terceira safra pode haver uma soma na rentabilidade da propriedade vendendo arroba de boi gordo”, explicou.
O gerente do escritório da Emater-DF em Tabatinga, Lucas Pacheco, ressaltou que a empresa tem como objetivo o desenvolvimento rural em todos os aspectos, portanto, é importante oferecer a provocação de tornar a pecuária lucrativa. “Na extensão rural, sabemos que a pecuária, de corte ou de leite, tem a capacidade de promover o desenvolvimento sustentável, de gerar renda e de fixar o homem no campo e essa é a nossa missão”, declarou.
Emater-DF
Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.
Emater-DF
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