A ação visa otimizar o uso desses insumos para diminuir os custos de produção e aumentar a renda dos agricultores do DF

Plantação milho do produtor Luiz Fernando Rodrigues da Silva do Paranoá. Foto: João Ricardo/Emater-DF

Foi dada a largada para a Campanha: Economize Fertilizantes com a Emater-DF, voltada para todos os agricultores do Distrito Federal e de todas as cadeias produtivas, independente do sistema de produção. A ação visa otimizar o uso dos fertilizantes pelos agricultores da região e, consequentemente, diminuir os custos de produção e aumentar a renda desses produtores.

A presidente da Emater-DF, Denise Fonseca, ressalta que os técnicos extensionistas da empresa já fazem um trabalho insistente na obtenção da economia dos fertilizantes, no entanto, a criação da campanha foi motivada pela atual crise pelo qual o mundo está vivendo em relação à dependência da importação desses insumos. “O nosso olhar está voltado para o desenvolvimento rural sustentável e nesse caminho temos o grande desafio de apresentar, orientar e atualizar todos os agricultores do DF, de forma massiva, sobre o uso econômico de fertilizantes e alternativas de adubação orgânica, tendo em vista o aumento significativo do preço que esses insumos sofreram ao longo dos últimos meses e do impacto causado do custo final da produção”, afirmou.

O produtor Luiz Fernando Rodrigues faz análise de solo há 10 anos e tem economizado 40% no uso de adubação química. Foto: João Ricardo/Emater-DF

Com a campanha, os técnicos extensionistas da Emater-DF estão ainda mais empenhados em apresentar aos produtores rurais as diversas medidas que podem ser empregadas para promover o uso racional dos fertilizantes, sejam de curto, médio ou longo prazos. Segundo a gerente de Desenvolvimento Agropecuário da Emater-DF, Adriana Nascimento, a principal alternativa de curto prazo e inicial é a análise de solo, onde se verifica a fertilidade do solo e quais as suas reais necessidades.

“Os agricultores precisam fazer análise do solo com mais frequência, pois é uma ferramenta fundamental para diagnosticar as condições do solo tanto químicas como físicas, é dela que obtemos dados nutricionais, de acidez, tamanho das partículas e matéria orgânica, permitindo avaliar itens como a necessidade de calagem e quais nutrientes devem ser fornecidos nas adubações. Ou seja, possibilita tornar um solo fértil e adequado para as culturas e assim garantir uma alta produtividade, sem desperdícios, o que representa economia para o agricultor e para o meio ambiente”, avaliou.

Adubação

Grande parte dos solos apresenta média a baixa capacidade de suprir os elementos nutritivos ou nutrientes de que as plantas necessitam para produzir economicamente. Mesmo os solos com alta fertilidade natural tendem a diminuir sua capacidade produtiva por causa, também, da perda dos nutrientes pelas sucessivas colheitas.

Esse problema pode ser resolvido por meio da adubação, que é a incorporação de produtos naturais ou industrializados que possuem altos teores de nutrientes necessários para o desenvolvimento das plantas. Os adubos podem ser orgânicos ou minerais. Essas fontes são complementares, no entanto, em função do aumento significativo dos preços no mercado internacional, que impactam no custo de produção, e por questões ambientais, as diversas opções de adubação orgânica têm conquistado cada vez mais espaço.

O produtor Tiago Faltqueto emprega a técnica de plantio direto com planta de cobertura. Foto: Ana Nascimento/Emater-DF

Dentre as opções que podem ser empregadas como fontes de nutrientes estão os biofertilizantes, organominerais ou ambos com condicionadores de solos; o uso da cobertura morta ou de plantas de cobertura; o uso de plantas fixadoras de nitrogênio, como as leguminosas, na rotação de culturas ou na chamada adubação verde; utilização de sistema de plantio direto; o uso de irrigação bem dimensionada, que gera maior eficiência na absorção de nutrientes pelas plantas; dentre outras. No entanto, é preciso avaliar qual seria a maior demanda nutricional pelas plantas, sendo que o parcelamento dos fertilizantes pode ser essencial.

O produtor Tiago Falqueto concilia adubação química e métodos alternativos para  aumentar o teor produtivo do solo. Na foto, recebe orientação do técnico extensionista da Emater-DF, Lucas Máximo. Foto: Ana Nascimento/Emater-DF

Tiago Falqueto (42) foi o primeiro produtor rural de Tabatinga, região de Planaltina, a cadastrar sua propriedade no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Caprichoso com a lida no campo, ele mesmo tem posto a mão na massa desde os 18 anos, quando começou a trabalhar na propriedade familiar. O agricultor, que recebe a orientação dos técnicos extensionistas da Emater-DF desde o início, faz a diferença utilizando métodos alternativos como uso de adubação orgânica conciliando com a prática de plantio direto com planta de cobertura, rotação de cultura e cama de frango. Além disso, há um ano iniciou o uso de logo de esgoto da Caesb, cujo resultado será verificado na próxima colheita com expectativa de excelente produção. Tiago produz milho, soja, sorgo, girassol, abacate e tangerina ponkan.

“Tenho buscado adubação alternativa porque a gente tem que tentar aumentar o teor de matéria orgânica no solo e construir um ambiente produtivo. A elevação de matéria orgânica no solo vai agregar na construção do solo e permite um resultado de longo prazo. Por exemplo, eu utilizei cinco toneladas de cama de frango, entre 2015 e 2016, e até hoje eu percebo diferença das lavouras da minha área com as dos vizinhos. A minha área consegue suportar mais a falta de chuva”, relatou.

Milho do produtor Luiz Fernando da Silva. Foto: João Ricardo/Emater-DF

Já o produtor rural do Paranoá, Luiz Fernando Rodrigues da Silva (54), há 10 anos optou por fazer análise do solo para racionalizar o uso de adubo químico. “Com a análise do solo eu sei exatamente a quantidade de adubo que preciso usar na plantação de milho, a partir dessas informações, tenho economizado em torno de 40% de insumos. O que representa bastante, principalmente, na crise atual”, explicou.

Luiz Fernando explora uma chácara com dois hectares e é produtor de milho e criador de peixes. Ele conta com a assistência técnica da Emater-DF há 13 anos e foi por meio dela que recebeu a indicação de fazer análise de solo para racionalizar o uso de fertilizantes. Além disso, foi orientado a usar a água dos peixes na irrigação por conter matéria orgânica.

Assim como as pessoas, todas as plantas possuem necessidades básicas que precisam ser atendidas para se desenvolverem.  Os nutrientes dão vitalidade e saúde, sejam para as plantas em vasos quanto para uma lavoura. Dessa forma, os técnicos extensionistas estão capacitados para avaliar cada caso e orientar corretamente sobre o tipo e quantidade de adubação necessário para garantir economicidade e qualidade na produção agrícola.

Assistência Técnica

Para receber orientações técnicas da Emater-DF, basta procurar a unidade local mais próxima da propriedade e agendar uma visita.