Participantes aprenderam a confeccionar ninhos-isca
Nesta quinta-feira, produtores da região de Alexandre de Gusmão participaram de um curso de meliponicultura realizado pela unidade local da Emater-DF na região. A aula foi ministrada pela zootecnista da Emater-DF Michelle Oliveira Costa e pelo técnico agrícola Carlos Morais. Foram apresentadas as principais espécies encontradas no DF, onde as abelhas normalmente escolhem morada, como montar e instalar iscas e como fazer a transferência de enxames.
Segundo Michelle, “o objetivo é incentivar a meliponicultura na região, de forma a ser mais uma atividade geradora de renda para o produtor e que contribua para o aumento da produtividade agrícola e da reprodução das plantas e flores nativas”.
O agricultor André Luís Spinelli conta que pretende investir na atividade. “É uma atividade que tem um potencial de crescimento. Quero obter renda com a criação das abelhas, mas também aumentar minha produção de frutas. Hoje tenho limão, abacate, manga e acredito que as abelhas ajudarão ainda mais na polinização”, conta.
O Brasil conta com aproximadamente 250 espécies de abelhas sem ferrão descritas. Algumas destas espécies são criadas para a produção de mel, que tem sido cada vez mais valorizado para fins gastronômicos por apresentar características de sabor, cor e odor diferenciados de acordo com a espécie de abelha manejada e as flores que as operárias usam para buscar o néctar.
A meliponicultura tem despertado muito interesse em diversos segmentos da sociedade, por estar relacionada à sustentabilidade nos âmbitos social, econômico e ambiental. E a Emater-DF tem incentivado a atividade devido à importância na reprodução das plantas e flores nativas, promovendo a polinização cruzada e, como consequência, a formação de frutos e sementes. “Elas também contribuem para a polinização de plantas utilizadas na alimentação humana. Alguns criadores de abelhas podem inclusive alugar suas caixas para produtores durante o período de florada de diferentes culturas”, diz Morais.
Ninho-isca com abelhas Jataí
Lei distrital
E para contribuir com a conservação das espécies nativas de abelhas sem ferrão, foi publicada a Lei 7.311 d, de 27 de julho de 2023. O objetivo é normatizar a preservação, o resgate, a captura, a remoção, a criação, a reprodução, o manejo, a exposição, o comércio e o transporte dessas abelhas. No Distrito Federal, existem 35 espécies de abelhas nativas, localizadas nas regiões do Rio Paranoá, Rio Maranhão, Rios São Bartolomeu e São Marcos, Rios Descoberto e Corumbá e Rio Preto.
Para Carlos Morais, extensionista rural da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) , “todo criador de abelhas é um preservacionista, pois precisa manter as nascentes e florestas que alimentam as abelhas. E a regulamentação diminui o risco de extinção das espécies criadas, seja por hobby, preservação ou para fins econômicos ou zootécnicos dessa atividade, que é praticada há séculos por populações tradicionais”. A Emater faz a capacitação e o acompanhamento de produtores rurais. Só neste ano, foram realizados cerca de 16 cursos de meliponicultura no DF.
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