A criação de tilápias pode se tornar uma nova fonte de renda para agricultores familiares do Distrito Federal. Nesta quarta-feira (12), no escritório da Emater-DF no Rio Preto, região de Planaltina, representantes da Coopermista se reuniram com o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, e técnicos da empresa para discutir a viabilidade econômica da piscicultura em reservatórios de irrigação. O objetivo é fortalecer a produção local, garantir mercado para os produtores e diversificar as atividades rurais.

A iniciativa surgiu após a conclusão dos canais de irrigação na região e a construção de reservatórios revestidos com geomembrana, adquiridos por meio de parcerias. Segundo o presidente da Coopermista, Ivan Engle, a estrutura existente permitiu que os produtores vislumbrassem a piscicultura como um complemento rentável às suas atividades.

Os canais de irrigação e os tanques de geomembrana disponibilizados, que possibilitam o armazenamento de água e a criação de tilápias, são fruto de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre a Secretaria de Agricultura (Seagri), Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Agência da Bacia Hidrográfica Peixe Vivo (APV), Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) e da Emater-DF.

Atualmente, a Coopermista conta com 164 cooperados, mas o projeto será conduzido pela Central das Cooperativas de Agricultura Familiar do Distrito Federal e Ride, a Central Unium, que reúne cerca de 800 produtores. A meta é instalar 250 tanques em diversas regiões do DF, com potencial de produzir até quatro toneladas de tilápia por ciclo em cada reservatório.

De acordo com Ivan Engle, a possibilidade de fornecimento de pescado para a merenda escolar e a reutilização da água dos peixes para irrigação são grandes estímulos. “Estamos agregando valor ao que já temos, transformando os reservatórios em uma fonte de renda e aproveitando o adubo orgânico gerado pelos peixes para reduzir custos com fertilizantes químicos nas hortas”, explicou.

A apresentação do projeto foi conduzida pelo coordenador do Programa de Aquicultura da Emater-DF, Adalmyr Borges, que detalhou a utilização dos tanques de geomembrana e apresentou seis cenários distintos de produção, variando entre modelos mais simples e mais tecnificados. Segundo ele, a iniciativa tem grande potencial para ampliar a oferta de pescado no DF e inserir os produtos da agricultura familiar no mercado institucional, especialmente na alimentação escolar.

O presidente da Emater-DF, Cleison Duval, destacou a importância da parceria entre técnicos e produtores para o sucesso da iniciativa. “A extensão rural existe para atender às demandas do campo. Essa troca entre produtores e técnicos é essencial para que possamos oferecer soluções viáveis e sustentáveis. A piscicultura é uma grande oportunidade para o DF”, afirmou.

Já o gerente do escritório da Emater no Rio Preto, Eduardo Damásio, ressaltou que o apoio técnico da empresa vai além da produção e abrange toda a cadeia produtiva, do planejamento à comercialização. “Nosso trabalho é estruturar o negócio como um todo, garantindo que os produtores tenham condições de crescer e alcançar novos mercados”, concluiu.

Emater-DF

Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 17 mil propriedades no DF. Por ano, realiza cerca de 170 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.