Ação da Seagri em parceria com a Emater-DF visa despertar o interesse em desenvolver a atividade no DF
Promovido pela Secretaria de Agricultura do DF em parceria com a Emater-DF, foi realizado na Granja Modelo do Ipê, nesta quarta-feira (20), o curso de Iniciação à Criação de Abelhas sem Ferrão. Ao todo, 40 pessoas da área rural e urbana se inscreveram na capacitação, que teve o objetivo de despertar o interesse em desenvolver a atividade no DF.
O curso foi dividido em parte teórica e prática, totalizando oito horas. Na parte teórica, os alunos aprenderam sobre a legislação, procedimentos de instalação e atração das abelhas sem ferrão. Já na parte prática, colocaram a mão na massa fazendo as instalações de caixas iscas para atração das abelhas sem ferrão. Esse primeiro curso foi introdutório. No entanto, Seagri e Emater-DF vão oferecer mais duas outras capacitações voltadas para o manejo desses animais, onde o aluno vai aprender, por exemplo, transferir as iscas para caixas permanentes das abelhas e divisão dos enxames, obedecendo a legislação em vigor.
De acordo com resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), não se pode coletar a abelha do meio ambiente, só é permitido atraí-la por meio de materiais atrativos, como própolis. A partir da migração das espécies, se dá a criação de enxames. Deve-se observar que até 49 unidades não é necessário ter o registro da atividade junto à Secretaria de Agricultura do DF (Seagri) ou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No entanto, a partir de 50 enxames é obrigatório fazer o registro nesses órgãos por serem animais nativos.
O gerente do escritório de Agricultura Orgânica e Agroecologia da Emater-DF, Daniel Rodrigues, destacou que o curso é um momento importante também para identificar os produtores que possuem afinidade com a criação de abelhas ou que podem consorciar a meliponicultora com outras atividades agrícolas.
“Enquanto empresa pública de extensão rural do DF e braço da Seagri na realização do curso, vemos na oferta para os produtores rurais, a oportunidade de conhecerem uma atividade altamente rentável, sinérgica e com alto valor agregado que pode estar agregada à produção rural, pois essas abelhas não desidratam o mel produzindo assim um mel mais líquido e com sabor peculiar. Por outro lado, é uma forma das pessoas que vivem na área urbana conhecerem o trabalho desenvolvido pela Emater-DF”, ressaltou Daniel Rodrigues.
Parceria
O gerente de Produção Animal da Granja do Ipê, Ângelo Augusto Procópio Costa, ressaltou que a gerência tem como função desenvolver diversas cadeias produtivas de interesse no Distrito Federal. Dessa forma, já trabalha há muitos anos no desenvolvimento da Aquicultura e este ano está trabalhando em novas cadeias que busquem a produção sustentável. Assim, surgiu a possibilidade de uma parceria em meliponicultura com a Emater-DF, por meio de cursos e ações.
Dentre as ações, tem destaque um treinamento realizado pelo extensionista Carlos Morais com os funcionários da Granja do Ipê, quando foram identificadas diversas espécies e colmeias de abelhas sem ferrão. A partir desse reconhecimento, foram implantadas iscas em diversos pontos no local para criação das colônias. Posteriormente, essas colônias serão transferidas para caixas para efetivamente iniciar a implantação de uma unidade modelo de produção de mel de abelhas sem ferrão.
“Para a comunidade, estamos promovendo esse curso em parceria com a Emater-DF com o objetivo de despertar nos produtores o interesse e iniciar um grupo de produtores realmente interessados em trabalhar junto para desenvolver essa cadeia produtiva no sentido de que cada produtor familiar tenha ao menos uma caixa de abelha sem ferrão”, argumentou Ângelo Costa.
Oportunidade
Segundo o extensionista rural da Emater-DF, que ministrou o curso, Carlos Morais, ressaltou que as abelhas prestam um enorme serviço econômico e ambiental à produção rural por meio da polinização. “Segundo dados do IBGE de 2018, a criação de abelhas associada à atividade rural pode aumentar a produção de café em até 35%, soja até 20% e melancia até 80%. Esse é apenas um dos benefícios que as abelhas podem gerar ao produtor rural”, disse Carlos Morais.
O aluno mais novo da turma é Henrique Bernardes Dias ,com apenas 13 anos. Apesar da pouca idade, Henrique tem enorme interesse pelo universo das plantas. Nesse caminho, já acumula feitos interessantes, como criar um viveiro na quadra onde mora. No Viveiro Extraordinário, há plantas ornamentais e Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs). Além disso, já traçou seu futuro, quer fazer Agroecologia no IFB e Agronomia da Universidade de Brasília. Ele se inscreveu no curso pelo interesse nas abelhas nativas e para conhecer mais o assunto.
“Quando eu vi as pessoas desmantando a Amazônia, eu pensei que as plantas precisam de ajuda. Então, pensei em ser uma pessoa que vai ajuda-las. Foi daí que surgiu meu interesse. Como tenho um viveiro, quis fazer o curso porque é muito interessante poder consorciar as abelhas com as plantas”, falou Henrique.
Já a técnica de enfermagem, Cizani Martins do Nascimento, fez o curso de olho na aposentadoria. Ela e o marido adquiriram uma propriedade na área rural do Gama em 2019, onde pretende associar o manejo de abelhas sem ferrão e a piscicultura. “Nossa chácara é pequena e estamos estudando as atividades que podem ser mais rentáveis. A criação de abelhas sem ferrão parece uma boa oportunidade de realizar o sonho de voltar para a área rural”, completou Cizani.
Emater-DF
Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.
Emater-DF
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