Rendimento dos produtores do Distrito Federal aumenta com a técnica. Emater-DF promove encontro regional para debater o manejo e comercialização da fruta
O Distrito Federal é pioneiro no plantio de maracujá em estufa. A técnica protege a planta do vento e das variações do clima e garante a alta produtividade e lucratividade da cultura na Capital. O quilo é vendido a R$2,50 no atacado e de R$ 5 a 9 no varejo. O comércio da fruta no DF movimenta em torno de R$ 14 milhões, entre a venda em feiras e o envio para a indústria.
São 126 produtores da fruta em 180 hectares que alcançam uma colheita média de 35 toneladas/h. Em 2017, o maracujá entrou oficialmente para a agenda do governo de Brasília, com a expedição Safra Brasília realizada pela Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural do DF para levantar um diagnóstico detalhado da produção local. Os resultados foram divulgados durante o 8º Encontro Regional de Produtores de Maracujá que ocorreu nesta quarta-feira (22), no núcleo rural Pipiripau (região administrativa de Planaltina). O estudo deve ser publicado no começo de 2018.
Para o secretário adjunto de agricultura, Lúcio Valadão que participou do evento, a cultura do maracujá no Distrito Federal se profissionalizou nos últimos oito encontros de produtores. “Com as novas tecnologias e espécies lançadas no mercado, o cultivo da fruta está garantindo mais renda e qualidade de vida para as famílias no campo. Além de possibilitar melhorias na produção, produtividade e manejo”.
O gerente da Emater-DF da região do Pipiripau, Geraldo Magela Gontijo, explica queo plantio em estufa tem ajudado a melhorar a renda dos produtores que conseguiram triplicar a produção e aproveitar os preços altos comercializados no atacado e no varejo. Ele exemplifica que o índice nacional de produção é de 14 t/ha. Em estufas, o cultivo alcança a produtividade de 90 t/ha. “Além do sucesso da estuda, osprodutores ainda usam espécies adequadas ao cerrado e aplicam tecnologias como irrigação e polinização manual”, explica o gerente.
O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, com uma produção de 330 mil toneladas em 33 mil hectares. Além do Brasil, a fruta está presente no Caribe, Austrália, África e em algumas áreas do sul dos Estados Unidos.
Lucilha Neres Evangelista produz maracujá há 30 anos com a família. Cercada pelas filhas, netos e bisnetos, a agricultora familiar cuida de mais de 25 mil pés na região do Pipiripau. A rotina diária envolve acordar cedo limpar, podar, desbrotar, polinizar, colher, lavar, limpar, ensacar e pesar as frutas. “Produzimos cinco toneladas por ano e vendemos a maioria dos sacos na porteira de casa, para o pessoal da Ceasa. E uma cultura muito trabalhosa, pois temos que polinizar cada flor do pé, se não for feito, ela não vira fruto”, conta.
Pedro Malaquias e sua esposa Dorvalina Soares colhem, por semana, quatro caixas de maracujá pérola. A produção do maracujá silvestre, considerado mais doce, vem ganhando espaço na capital federal. O tipo melhorado pela Embrapa e lançado em 2013 e mais fácil de produzir, não precisa de polinização manual e dispensa grande mão de obra.
O casal iniciou a produção a partir de 50 pés e hoje possuem dois mil em uma propriedade de 7,5 hectares. “Nós optamos por cultivar de forma orgânica. É uma fruta mais resistente a pragas e doenças, assim a gente não precisa usar defensivo agrícola”, afirma Malaquias.
O 8º Encontro Regional de Produtores de Maracujá reuniu cerca de 250 pessoas na sede da Associação dos Moradores, Produtores e Agricultores Familiares do Vale do Pipripau (Amprovapi). O evento incluiu palestras com pesquisadores da Embrapa e extensionistas da Emater-DF, além de visitas técnicas a propriedades onde a fruta é cultivada.
Michelle Barbosa Horovits
Emater-DF
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