Diferentemente de muitos animais, os peixes não conseguem manter a temperatura corporal de maneira uniforme, o que faz com que seu metabolismo, apetite, imunidade e reprodução sejam afetados pela baixa temperatura da água.
“No Brasil, a maioria dos peixes criados são tropicais e a faixa ótima de temperatura para o desenvolvimento deles varia de 24°C a 28°C. A tilápia, por exemplo, se reproduz praticamente o ano todo se tiver condições boas de temperatura, alimentação e iluminação. Se a temperatura já ficar entre 22°C, 20°C a reprodução é suspensa”, explica o coordenador do Programa de Aquicultura da Emater-DF, Adalmyr Borges.
É importante que os piscicultores estejam atentos às previsões meteorológicas de forma a se preparar previamente. “A alimentação é muito importante. Antes da chegada do frio, é preciso já preparar os peixes, fornecendo ração de qualidade com nutrientes diferenciados para este período, com aminoácidos, vitamina C ou E, probióticos, que proporcionem maior imunidade ao peixe”, diz Adalmyr Borges.
Além disso, outras dicas podem ajudar a reduzir as chances de mortalidade e até prejuízos nestes períodos frios do ano.
Alimentação e qualidade da água
Parâmetros da qualidade da água devem ser aferidos
Temperaturas baixas influenciam o apetite do peixe, fazendo com que ele coma menos ração. Por isso, o produtor deve ajustar a tabela de alimentação e o número de tratos ao longo do dia. “Em épocas em que a água está mais fria, é bom preferir alimentar no período da tarde, quando a temperatura estiver melhor”, diz Borges. Como o peixe come menos no período do frio, manter a alimentação da mesma forma que antes fará com que haja excessos, o que vai impactar na qualidade da água e no bolso do produtor, já que a ração representa um alto custo na piscicultura. O monitoramento dos parâmetros da água como oxigênio dissolvido, pH, amônia, nitrito, alcalinidade, entre outros, também é importante.
De acordo com Borges, algumas práticas podem também amenizar a questão da temperatura da água, como fechar a entrada de água no período da noite no tanque de criação, usar aeradores nas horas mais quentes do dia para ajudar a homogeneizar a temperatura da água e manter os peixes reprodutores dentro de estufas agrícolas, mantendo uma temperatura mais controlada.
Essas dicas de manejo vão influenciar diretamente no desempenho do peixe. Os piscicultores que desejam ter assistência na criação, podem procurar a unidade da Emater-DF mais próxima de sua propriedade.
Pesquise na nossa Biblioteca Virtual publicações sobre piscicultura.
Piscicultura no DF
O Distrito Federal possui cerca de 530 piscicultores, com uma produção total de 1,7 mil toneladas de pescado. A principal espécie criada no Distrito Federal é a tilápia, seguida do tambaqui e seus híbridos. Toda a produção local é consumida localmente.
A Emater-DF
Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.
Emater-DF
Parque Estação Biológica, Ed. Sede Emater-DF CEP: 70.770.915 Brasília - DF Telefone: (61) 3311-9330 e (61) 3311-9456 (Whatsapp) E-mail: emater@emater.df.gov.br