O agrônomo Rildon Oliveira explica a importância do uso de
máscaras e luvas no preparo e EPIs na aplicação
A Emater-DF ofereceu, nesta terça-feira (11), uma oficina sobre o uso de caldas no controle de pragas em hortaliças e frutas. A atividade aconteceu na propriedade do agricultor Miguel Simões de Oliveira, no núcleo rural Ponte Alta (região administrativa do Gama). O custo-benefício e a saúde das plantas — que reflete diretamente na saúde do consumidor — são os princípios básicos da adoção de práticas agroecológicas.
De acordo com o engenheiro-agrônomo Daniel Rodrigues, do Escritório de Agroecologia e Produção Orgânica da Emater-DF (Esorg), a atividade agrícola causa impactos óbvios no meio ambiente. “Usamos tratores, maquinários e insumos para produzir. Por isso é importante a adoção dessas caldas, para equilibrar a saúde das plantas”, observa.
Durante a oficina, os extensionistas mostraram como fabricar as caldas bordalesa e a sulfocálcica. “O custo desses produtos no mercado é muito mais alto. Se o produtor fizer na sua chácara, a economia é significativa”, explicou o engenheiro-agrônomo Rildon Oliveira, acrescentando que a eficiência desses insumos no combate a doenças de frutas e hortaliças é bastante satisfatória.
Ainda segundo Rildon, a fabricação das caldas na propriedade é fácil. “Não podemos esquecer que, embora sejam insumos menos agressivos ao meio ambiente, se trata de produtos químicos. É necessário o uso de máscaras e luvas no manejo e de EPIs (equipamentos de proteção individual) na hora de aplicar”, orienta o extensionista, que atua no escritório da Emater-DF em Brazlândia.
Elevação da renda
A agricultora Maria José Cassimiro, que possui uma propriedade na zona rural do Gama, disse que já tinha ouvido falar das caldas, mas nunca utilizou. “Me interesso bastante, pois sempre produzimos tudo sem agrotóxicos. É um princípio que aprendi com meu pai, em Patos de Minas, onde nasci”, afirmou. Ela planta morangos e pretende começar a produção de mirtilo e açaí. “Quando morei em Londres, conheci o mirtilo, que é chamado de ‘blueberry’, fruta azul em inglês. A demanda por essa frutinha é alta e, com o uso de insumos agroecológicos com baixo custo, posso elevar a renda”, vislumbra.
A oficina fez parte da programação da Semana de Integração Rural nas regiões do Gama e Vargem Bonita. O gerente da Emater-DF no escritório do Gama, Kleyton Rodrigues, afirmou que a atividade foi pensada para mostrar ao agricultor as vantagens do uso das caldas. “Pretendemos despertar o interesse na adoção de insumos agroecológicos, que trazem benefícios ao bolso do produtor e à saúde das plantas, trabalhadores rurais e ao consumidor dos alimentos”, ressaltou
Daniel Rodrigues informou que o Esorg está fazendo um tambor automatizado para preparar as caldas, que poderá ser emprestado aos aos agricultores que tiverem interesse, em forma de consignação. Durante a oficina, o preparo dos insumos foi feito em um recipiente com um motor à base de mecânica de para-brisa de automóvel, construído pelo engenheiro-agrônomo Rafael Lima, do escritório da Emater-DF no Paranoá. “A preparação da calda sulfocálcica requer que o produto seja mexido durante uma hora, até atingir o ponto certo. Daí a vantagem de se usar esse pequeno motor”, explicou Daniel Rodrigues.
Origem
A calda bordalesa foi descoberta no século 18, na região de Bordeaux, na França — daí o nome. “Os agricultores utilizavam cal para adubar a lavoura, e perceberam que quando o produto era guardado em vasilhames de cobre, o resultado era muito superior. Começaram a estudar e chegaram à formula da calda”, ensina Rildon Oliveira. “Estamos falando de produtos que já têm mais de 200 anos de uso na agricultura”, conclui.
O produtor rural que tiver interesse em preparar e aplicar as caldas pode entrar em contato com qualquer escritório da Emater-DF. Os telefones e endereços estão aqui.
A Emater-DF
Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.
Emater-DF
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