Foi com um curso de agroecologia promovido pela Emater-DF que Valdir Manoel de Oliveira se inspirou. “Sou agricultor de nascença e produzia de forma convencional até que meus olhos se abriram para a agroecologia. Dormi venenoso e acordei agroecológico”, conta Valdir.
No seu sítio, em Ceilândia, juntamente com a esposa, Dona Marinéia, começou a transição aos poucos. Instalou agroflorestas como barreiras naturais contra vento e pragas, dividindo os espaços de cultivo de hortaliças. Na agrofloresta, ele possui árvores que fornecem madeira, bananeiras, mandioca, café, entre outras plantas que geram renda e diversidade de alimentos para a família.
Até 2008, quando começou a transição com o apoio da Emater-DF, o sítio tinha plantios de pequenas áreas de hortaliças convencionais, 12 empregados e três automóveis de transporte. “Era um custo alto de produção e o preço das hortaliças tradicionais varia muito no mercado. Muitas vezes perdia produto e dinheiro”, conta Valdir. Hoje, a mão de obra da propriedade é basicamente familiar, contando com a ajuda de apenas um funcionário e um automóvel. “A qualidade de vida é muito melhor. Fora o benefício para a saúde da família e o retorno financeiro”, diz Valdir.
No início, ele conta que não foi fácil trabalhar com alimentos orgânicos. “No começo é trabalhoso e é preciso renunciar algumas coisas, mudar a cabeça. Tem que ter coragem para mudar tudo. Temos sempre o desafio de aprender e experimentar para ver o que funciona melhor”, explica. Para ele, a assistência contínua da Emater foi fundamental. “Tudo aqui tem um dedo da Emater. É uma empresa maravilhosa e importante para nós”, disse.
Mercado
Atualmente Valdir é produtor com certificação orgânica por meio da Ecocert e por meio de Organização de Controle Social (OCS).
Para acessar o mercado, Valdir conta que teve dificuldade. “Não tinha conhecimento de mercado, de compradores e foi a Emater que nos mobilizou para criar um grupo de comercialização da Feira Orgânica da Estação Biológica”, lembra. O espaço de comercialização foi criado em frente à Emater, com funcionamento todas às quintas-feiras pela manhã. A partir da organização dos produtores, Valdir teve maior facilidade de fazer contatos e abastecer outras feiras orgânicas do DF e empórios especializados. “Hoje falta mercadoria para atender a demanda. Para não deixar faltar, fazemos parceria com outros grupos de produtores que vendem em outras feiras”, explica.
Além das feiras, Valdir é admirador dos programas de compras governamentais. Ele diz que participa de todas as chamadas do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa de Aquisição da Produção da Agricultura do Distrito Federal (PAPA-DF).
Para os demais produtores do DF, Valdir dá uma dica: “basta o produtor se organizar, fazer a gestão e nunca deixar de plantar, pois mercado pra vender tem”.
Apoio à pesquisa
Além de produzir alimentos, os produtores rurais têm importante papel na pesquisa agropecuária. Valdir tem pequenos espaços na propriedade separados para validar tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Cerrados e Hortaliças. São sementes orgânicas, alho, cebola e batata baroa testadas na sua propriedade. “Não ligo de ser cobaia. Até por que eu aprendo junto e ainda fico com a mercadoria”, diz.
Carolina Mazzaro
Assessoria de Comunicação da Emater-DF
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