Veterinários e zootecnistas da Emater-DF visitam propriedade em Anápolis-GO

Veterinários e zootecnistas da Emater-DF participaram, nesta segunda-feira (19), de uma excursão técnica sobre terminação de bovinos de corte e de leite com o uso da tecnologia de grão inteiro. Realizada em Anápolis-GO, a capacitação contou com palestra técnica e visita a uma propriedade com 300 animais confinados neste sistema. A atividade foi realizada em parceria com a empresa Supra e teve como palestrante Ronaldo Guimarães Lobo, gerente de produtos da linha de ruminantes.

Segundo o Coordenador de Ruminantes e Equídeos da Emater-DF, o zootecnista Maximiliano Cardoso, essa tecnologia é interessante pois pode ser aplicada em qualquer tamanho de propriedade. “Ela consiste na mistura do milho inteiro com um concentrado proteico industrial, dispensando o uso do alimento volumoso como silagem, feno e/ou pasto após o período de adaptação do animal à nova dieta, que leva cerca de 14 dias.  Isso diminui a necessidade de mão de obra, já que um trabalhador consegue tratar de cerca de 500 animais nesse sistema. No sistema de confinamento tradicional, necessitaria de pelo menos 4 pessoas”, explica Maximiliano.

Ronaldo Guimarães Lobo, gerente de produtos da linha de ruminantes da Supra

Além de diminuir o custo e necessidade de mão de obra, o uso dessa tecnologia favorece uma alimentação de qualidade para os animais, principalmente dos pequenos criadores, que algumas vezes têm dificuldade de acesso aos maquinários para plantio e colheita dos volumosos ou não possuem recursos para a implantação dos volumosos de uma forma viável e com boa produtividade.

“Pequenos e médios produtores do DF podem adquirir o milho do programa da compra de milho em balcão da Conab, comprar de outros produtores ou produzir o próprio milho. E essa tecnologia pode ser utilizada em outras fases, além da de terminação, como na própria cria e recria, dependendo do objetivo do produtor e do conhecimento do técnico que o assiste. Por isso a importância da capacitação dos extensionistas da empresa”, diz Maximiliano.

Mudança de dieta

O desempenho dessa dieta é parecido com as outras, entretanto não há necessidade de triturar o milho e é preciso um período de transição da alimentação. A adaptação é necessária para preparar o rúmen do animal para essa dieta com pouca fibra. Vai se retirando o acesso à fibra tradicional pouco a pouco, favorecendo o crescimento de um grupo específico de bactérias ruminais especialistas em degradação do amido da dieta.

Esse concentrado possui proteína, minerais, vitaminas e aditivos que completam a dieta, sendo em média 85% de milho inteiro e 15% de concentrado peletizado.

A tecnologia do grão inteiro só funciona com milho, pelo tamanho do grão e tipo de película que o envolve. “Eles estimulam a salivação do animal que, com o bicarbonato da saliva, mantém o pH do rúmen em condições ideais para não ocasionar problema como acidose ruminal e laminite – o que pode ocorrer com o uso de grãos menores como sorgo e milheto, que não geram essa salivação”, explica Maximiliano.

Produtores que querem conhecer mais sobre as diferentes formas de alimentação de seus animais devem procurar o escritório local da Emater-DF mais próximo de sua propriedade. Os técnicos levam em consideração a realidade e o contexto da propriedade para a recomendação técnica mais indicada.

A Emater-DF

Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.