O agricultor Fabio Issao Kikuchi produz inhame, batata-doce, jiló, berinjela, pimenta-de-cheiro e outras hortaliças no núcleo rural Santos Dumont (região administrativa de Planaltina). Sua propriedade é abastecida por um canal do rio Pipiripau, um dos principais da localidade, que fornece água também para a zona urbana de Planaltina.
Com o agravamento da seca nos últimos anos e o aumento da população da cidade, Fabio teve que se adaptar aos novos tempos e, para isso, contou com o auxílio da Emater-DF. Agora, uma reforma no canal, executada pela Secretaria da Agricultura, vai garantir uma distribuição melhor da água entre os agricultores, beneficiando toda
a comunidade. Essa é uma das principais ações do Sistema Público da Agricultura na região.
O canal do Santos Dumont tem cerca de 18 km de extensão e foi construído em 1984. Ele corre paralelo à rua principal do núcleo rural e tem braços que levam água a cada uma das oito ruas. De acordo com a zootecnista Bruna Beleosof, gerente do escritório da Emater-DF em Planaltina, todas as ruas da comunidade terão seus canais revestidos com encanamentos, beneficiando as 88 famílias do local. “Assim, vamos evitar as perdas de água por infiltração e evaporação, que chegam a 50%”, explicou a extensionista. O projeto foi feito pelo empregado da Emater-DF Edvan Ribeiro, cedido à Seagri. Com máquinas da secretaria, as valas estão sendo abertas em cada rua. Até esta terça-feira (18), três ruas já haviam sido contempladas.
Segundo Bruna, desde que o Distrito Federal passou a enfrentar períodos com menos chuvas, o escritório da Emater-DF em Planaltina — assim como todas as outras unidades da empresa — passou a apresentar aos agricultores da região técnicas e tecnologias que garantem a produção com mais economia de água. “Concentramos esforços para construir 25 tanques lonados na comunidade. Várias propriedades já usam o irrigas (sensor que calcula a necessidade de molhar a plantação) e irrigação por gotejamento, além de
aspersores com menos vazão de água”, enumera.
O agricultor Fabio Issao adotou todas as práticas apresentadas pelos extensionistas. “Antes de instalar o irrigas, eu molhava a plantação durante uma hora e meia todos os dias. Agora, basta meia hora em dias alternados”,
comemora. O tanque lonado, que não custou mais do que R$ 1,1 mil, vai ajudar a economizar mais água, já que a lona impede a infiltração. “E, logo, o canal vai garantir mais irrigação”, vislumbra.
Visitas — Paralelo a essa ação, extensionistas dos escritórios de Taquara e Pipiripau visitaram mais de 220 propriedades que captam água do rio Pipiripau. Segundo o gerente da Regional Leste da Emater-DF, Luciano Mendes, o objetivo foi sensibilizar e orientar os produtores sobre a necessidade de aperfeiçoar o manejo dos recursos hídricos. “Os técnicos se colocaram à disposição para ajudar os agricultores no manejo da irrigação, na construção de tanques de reservação e adoção do irrigas”, explicou. Segundo Luciano, a Emater-DF adquiriu cem kits do sensor. “O aparelho ajuda o produtor a economizar não apenas água, mas também insumos e energia elétrica. Ganham todos”, resume Luciano.
O Programa Produtor de Água é outra importante atividade que vem sendo implantada na região. O projeto contempla ações de readequação ambiental da bacia do rio Pipiripau, incluindo práticas adequadas de manejo de solo e da água. Além disso, contempla também o manejo adequado da produção agrícola, a recomposição de matas de galeria, além do pagamento pelos serviços ambientais prestados pelos produtores rurais por manterem suas glebas ambientalmente adequadas.
Até o momento, foram implantados na bacia cerca de 310 hectares e recuperados mais de mil hectares de terraços em nível. Também já foram pagos mais de R$ 600 mil aos cerca de 170 produtores contratados no projeto a título de pagamento por serviços ambientais.
Rinaldo Costa
Assessoria de Comunicação da Emater-DF
Emater-DF
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