Região do Lago Oeste tem condições ideais para a produção do café tipo arábica

Nesta sexta-feira (14) comemora-se o dia mundial do Café. No Distrito Federal podemos comemorar o crescimento de 11% no volume de produção do grão, em 2022. Ao total foram produzidas mais de mil toneladas do grão na região, que tem características favoráveis à produção.

Segundo o engenheiro-agrônomo e extensionista rural da Emater-DF Bruno Caetano, os cafés da espécie arábica preferem maiores altitudes, com temperaturas mais amenas, condições que são encontradas no Cerrado brasiliense, em especial na região do Lago Oeste.

“Temos dois tipos de cafés, Conilon mais utilizado para o café comum, que é mais amargo e tem mais cafeína, mas não dá um café especial; e o tipo Arábico, tem menos cafeína, é mais doce, o que dá uma nuance maior de sabores e tem uma exigência de clima e altitude maior para produzir”, explica o agrônomo da Emater-DF.

Segundo Bruno, as condições geográficas e climáticas da região do núcleo rural Lago Oeste são ideais para o desenvolvimento do café arábica. Pensando nisso, a Emater-DF ofereceu no início do ano uma palestra sobre o assunto e o interesse da comunidade nessa produção surpreendeu a equipe de técnicos da Emater-DF.

Café do tipo arábica tem nuances de sabor e sua degustação é tão apreciada quanto a do vinho.

Desde então, a Emater-DF organiza um grupo de interesse na produção do café. São mais 70 participantes entre produtores, técnicos, baristas e outros interessados. Entre esses, pelo menos 30 já plantam ou estão se preparando para plantar. “Esse grupo de interesse promove palestras, eventos, troca de experiências e outras ações que incentivam o cultivo e o consumo do café na região”, afirma a engenheira-agrônoma e gerente da Emater-DF Sobradinho, Clarissa Campos.

“Devido ao trabalho de assistência técnica e extensão rural, a Emater-DF consegue difundir as inovações tecnológicas e técnicas de manejo que possibilitam uma alta produtividade mesmo em uma área menor”, afirma a gerente.

A região do Lago Oeste concentra produtores de cafés bem conceituados. Os cafés B17 do produtor José Adorno e o café Serra Azul, são exemplos. Além do premiado café Minelis, do produtor rural Carlos Coutinho, que recebeu em 2013 e 2014 o prêmio Ernesto Illy de Qualidade Sustentável do Café Expresso como melhor café da região Centro-Oeste. Em 2019, o produto recebeu o Ernesto Illy de campeão nacional. Grande parte da produção de Coutinho vai para exportação e outra é vendida em grãos para cafeterias locais.

A cafeicultura no DF se concentra em 11 áreas rurais. A cultura se destaca na área do Programa de Assentamento Dirigido (PAD-DF), que contabiliza 120 hectares plantados, seguido por Tabatinga, com 63 hectares, e pelo Gama, com 57,25. No entanto, o maior número de produtores está em São Sebastião e Paranoá, que contam com 16 cafeicultores cada.

Emater-DF

Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do  DF. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.