A agricultora Esmeralda Guedes dos Santos chegou a Brasília em 1999. Em sua Minas Gerais natal, aprendeu a fazer queijo, manteiga e outros derivados de leite, além de trabalhar na lavoura. Ao desembarcar na capital federal, se juntou ao grupo que hoje forma o assentamento 15 de Agosto, localizado no núcleo rural Capão Comprido (região administrativa de São Sebastião). Esmeralda planta mandioca, milho, quiabo, berinjela, abacate, pimenta, banana e batata-doce. Juntamente com outros 17 assentados, ela participa, há mais de um ano, de atividades promovidas pela Emater-DF que vão resultar na criação da Organização de Controle Social (OCS) — que permitirá a certificação orgânica da produção agrícola local.
Segundo a engenheira agrônoma Lídia Jardim, do escritório da Emater-DF em São Sebastião, a formação da OCS trará mais segurança e tranquilidade não só para os agricultores mas também para o consumidor. “Existem várias regras, leis e instruções normativas que o grupo precisa seguir, o que garante a produção de alimentos seguros e saudáveis, além de melhoria na qualidade de vida dos assentados”, explica.
Lídia esteve, na manhã desta quinta-feira (18), na sede do assentamento, onde, juntamente com o gerente do escritório de São Sebastião, Pedro Kosinski, deu explicações detalhadas sobre a formação da OCS. Para que o grupo seja oficializado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os assentados devem fazer visitas mútuas com o objetivo de avaliar os critérios que definem uma produção orgânica — que vão desde a não utilização de insumos químicos na plantação até as condições de armazenamento dos alimentos, higienização do local, sanitização e controle de animais domésticos, dentre outros.
“Desde o início, realizamos diversas atividades com as famílias, onde todo o processo de transição agroecológica e produção orgânica foi explicado detalhadamente”, esclarece Lídia. Controle de pragas, produção de mudas, redesenho da propriedade, elaboração do plano de manejo e boas práticas agrícolas foram alguns dos temas tratados nas várias reuniões, oficinas e visitas técnicas realizadas pela equipe do escritório da Emater-DF.
Mais renda — Esmeralda aguarda, ansiosa, a oficialização da OCS, que deve demorar mais algumas semanas. “Com certeza, a organização vai nos trazer mais renda, além de garantir que nossa saúde e a do meio ambiente esteja preservada”, observa. Em sua propriedade de 5 hectares, onde vive sozinha, a agricultora planeja um futuro mais promissor. “Estamos bem melhores do que antes da instalação do assentamento, mas sabemos que, organizados, vamos alcançar resultados ainda melhores”, acredita.
Implantado em outubro de 2014, o assentamento 15 de Agosto possui quase 500 hectares. São 54 famílias que produzem hortaliças, leite e derivados, frango e ovos. Grande parte dos assentados — inclusive Esmeralda — comercializa suas verduras e legumes na feira de São Sebastião e em outros espaços como a feira da Secretaria de Agricultura, no final da Asa Norte, todas as sextas.
Recentemente, a comunidade recebeu um mutirão de limpeza promovido pela Emater-DF, em parceria com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), para eliminar os possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti.
A meta da Emater-DF é incluir todos os agricultores do assentamento na produção orgânica. “Assim, vamos reforçar nosso compromisso com a saúde das famílias da área rural, com o consumidor de Brasília e com o meio ambiente”, conclui a extensionista Lídia Jardim.
Rinaldo Costa
Assessoria de Comunicação – Emater-DF
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